top of page

UMBANDA: RELIGIÃO DE DEUS

Atualizado: 15 de nov. de 2024


Quem é umbandista sabe das perseguições que sofrem por conta daqueles que se dizem cristãos. O lamentável de tudo isso, é que, essas mesmas pessoas violam o maior de todos os mandamentos:” Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.”

Digo que violam, porque quem ama a Deus sobre todas as coisas, deve saber que abaixo Dele existe a Sua criação. Criação esta, que a Umbanda venera e respeita. Quando nós umbandistas reverenciamos a Oxóssi, estamos de fato, louvando a criação das matas e seus benefícios. O mesmo ocorre com todos os outros Orixás, Iemanjá: o mar. Xangô: a pedra. Ogum: as estradas. Yansã: os ventos. Oxum: os rios e lagoas. Nanã: as águas paradas e os pântanos, e assim por diante.

O umbandista venera as matas, o mar, a pedra, as estradas, os ventos, os rios e lagos e os pântanos, por serem criação de Deus. Logo, amamos a Deus sobre todas as coisas. Mesmo que os adorássemos como deuses, nenhum mal teria: pois para que existam deuses é imprescindível que exista um início, um começo, um Criador. Pra nós, Deus: O Zambi, Senhor de toda criação. O incriado. Quantas coisas os rituais de adoração aos Orixás têm pra ensinar... Ouça quem tem ouvidos para ouvir e veja quem tem olhos pra ver.

Como se não bastasse para aqueles que nos perseguem nos ofenderem através de seus programas de rádio e televisão, programas esses mantidos pela boa fé de seus fiéis, decidem também, partir para agressão física, entrando em nossos Terreiros e destruindo através de uma ira insana, nossos sagrados símbolos. E o amor? Como podem essas pessoas falar de amor, quando na prática, semeiam o ódio e a intolerância?

A bem da verdade, não é muito difícil entender tal comportamento. Haja visto, que em seus testemunhos, fazem questão de frisar os bens que alcançaram depois que se converteram a essas Igrejas: carros, casas, dinheiro, posição social e toda sorte de vaidades e caprichos humanos. Aceitaria de bom grado tais testemunhos, se de fato, essas pessoas tivessem se convertido ao amor. Pois eu só acredito na felicidade que os bens materiais possam trazer, se quem os detém, esteja imbuído do sentimento maior que Jesus personificou.

Digo aos que se iniciam em nossa sagrada religião, que a Umbanda é de Deus, e que, chega ao Brasil pela diáspora africana do povo Bantu, primeiro povo a ser trazido forçosamente para o País no século XVI, na condição de escravos. Portanto, uma religião que nasce em meio a perseguição, tortura e marginalização do povo preto e de tantos outros povos excluídos pelas classes predominantes que compunham o cristianismo e o Estado à época. A Umbanda, na sua essência, é o resgate da dignidade, da importância e dos valores desses povos excluídos e marginalizados que se manifestam em nossos Terreiros trazendo suas histórias e ensinamentos. São eles: Pretos-Velhos, Caboclos, Boiadeiros, Baianos, Pombagiras, Quilombolas, Malandros e Exus que vão muito além de arquétipos: são vozes da resistência!

No dias 15 de Novembro de 1908, um médium de apenas 17 anos de idade, chamado Zelio Fernandino de Moraes institucionaliza a religião de Umbanda.

No ano de 2012, pela Lei federal 12.644, a presidente Dilma Roussef cria o Dia Nacional da Umbanda, que deve ser comemorado anualmente no dia 15 de novembro, graças a aprovação do Projeto de Lei 5687/05 de autoria do deputado Carlos Santana (PT-RJ)

Umbanda: a religião do resgate, culto e adoração aos povos marginalizados. A RELIGIÃO DE DEUS!



Hino da Umbanda

Refletiu a luz divina em todo seu esplendor Vem do Reino de Oxalá onde há paz e amor. Oh luz que refletiu na Terra Oh luz que refletiu no mar Luz que veio de Aruanda para todos iluminar A Umbanda é paz e amor é um mundo cheio de luz É força que nos dá vida e a grandeza nos conduz! Avante filhos de fé Como a nossa Lei não há Levamos ao mundo inteiro A Bandeira de Oxalá! “O Hino da Umbanda foi composto há 42 anos, na década de 60, por um cego, que em busca de sua cura foi procurar ajuda do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Em 1961, no 2º Congresso de Umbanda, presidido pelo Sr. Henrique Landi, o hino foi oficialmente adotado como oficial da nossa amada Umbanda. Seu nome é José Manuel Alves, nascido em 05/08/1907, em Monção, Portugal. Era musico, tocava clarinete. Com pouco mas de 20 anos veio para o Brasil, morar no interior e no mesmo ano veio para a capital, ingressando na banda da Força Pública, onde ocupou vários postos e aposentou-se como capitão. Quando conheceu a Umbanda em busca de cura, soube que não tinha o que ser feito, visto que sua cegueira era karmica. Fez o hino da Umbanda e dizia que a Umbanda esta luz divina que vem do reino de Oxalá. não era para ser vista com os olhos físico, que voltarão ao pó, mas sim com os olhos do Espírito, no encontro da mente com o coração.” (Wikipedia.org)

1 comentariu

Evaluat(ă) cu 0 din 5 stele.
Încă nu există evaluări

Adaugă o evaluare
Anderson Freire
Anderson Freire
15 nov. 2024
Evaluat(ă) cu 5 din 5 stele.

🙏🏾

Apreciază

SUA FÉ É RESPEITADA?

          No ano de 1990, meses antes de perder sua irmã de 29 anos de idade para um adenocarcinoma no mediastino, o Pai no Santo passa por uma experiência extremamente desagradável e revoltante, que bem retrata o racismo religioso no Brasil. Isso aconteceu no Iaserj, um hospital para os servidores do Estado do Rio de Janeiro. Era por volta das dezesseis horas. Enquanto acompanhante da irmã, ele decide ir tomar café num bar próximo ao hospital e retorna vinte minutos depois. Tempo que foi suficiente para um pastor entrar no quarto e oferecer uma oração. Voltando então do seu café, ele encontra a irmã que já vinha extremamente debilitada por conta da doença, agora, com semblante ainda mais triste e constrangido. Ele então procura levar palavras de consolo e ânimo, ao que ela responde: “_ Meu irmão, por favor, não quero que esse tipo de religioso venha fazer oração pra mim.” Ele de imediato, pergunta:  “_ O que houve?” Ela então relata o ocorrido: “_ Quando você saiu para tomar seu café, um homem de terno se apresentou como pastor da igreja universal e me perguntou se podia fazer uma oração pra mim, Como ele parecia ser uma boa pessoa e foi muito educado, eu disse que sim. Ele fez a oração, pediu pela minha saúde, e em seguida me perguntou se eu aceitava Jesus Cristo como salvador, e eu respondi que sim. Ele então disse que a partir daquele momento eu estava curada. Só que ele então perguntou qual era minha religião, o que eu respondi, que era espírita. Então ele me disse que eu teria que renegar minha religião. Eu disse que não, jamais iria renegar minha fé. Daí ele falou que infelizmente o câncer voltaria e me levaria pros braços da morte. Eu disse a ele que preferia morrer, a ter que conviver com cristãos como ele. Não quero irmão, não quero esse tipo de gente fazendo oração pra mim.”

            Em outra ocasião, anos depois, o racismo e a intolerância religiosa voltam a atacar o Pai no Santo. Dessa vez, no Hospital Regional Darci Vargas, em Rio Bonito. Indo visitar um Filho de Santo na Unidade Intensiva, o Pai no Santo se depara com uma senhora que estava ao lado do leito de seu filho perguntando se podia fazer uma oração. Como o doente estava sob efeito de fortes medicamentos, não tinha condições de responder; o que fez com que a mulher iniciasse a sua oração. Em voz alta e de tom feroz, ela dizia: “ _ Em nome do Senhor Jesus eu expulso os demônios de Pombagira, Exu, Ogum e todos os demônios dos tambores, das encruzilhadas... .” quando então foi interrompida pelo Pai de Santo; gerando na mulher um comportamento agressivo e ameaçador. Dizia ela, agora em tom mais elevado de voz: “_ Você não pode querer calar a voz de uma ministra de Deus. Seus demônios serão jogados por terra... .” quando então o Pai no Santo pediu ao funcionário responsável pela vigilância da Unidade, que retirasse a mulher do ambiente. No que foi prontamente atendido.

            Esses são dois exemplos dos milhares de outros que acontecem todos os dias, atingindo seguidores das religiões de matriz afro-brasileira. E não é à toa, afinal, não faltam umbandistas que se silenciam diante de tais fatos, e como se não bastasse o silêncio, ainda permitem que seguidores de outras religiões lhes imponham sua fé como sendo superior as demais.

            O Umbandista de fato, sabe sua origem, conhece seus Santos, suas rezas, seus cantos e louvores. Não é de hoje que a Umbanda se livrou do peso do sincretismo, dos santos que nunca foram seus, dos ritos e rituais que nunca lhes pertenceram. O Umbandista de fato, sabe a quem recorrer nas horas de aflição e desespero, e não precisa que outro religioso venha em seu socorro para rezar ou orar. Sim, não precisa! Sabe por quê? Porque o Umbandista sabe que aquela pessoa não está oferecendo uma oração para aliviar teu sofrimento. De forma dissimulada, ela quer que o Umbandista negue sua religiosidade, abandone seus Guias e Orixás. Como pode uma pessoa que frequentemente está na igreja ouvindo e dando glórias a voz de um padre ou pastor, e que não mede palavras para demonizar a Umbanda, orar por quem é Umbandista? De que vale uma oração que sai da mesma boca que chama nossos Santos de demônios?

            O Umbandista de fato, sabe o poder de seus Santos, o sangue que derramaram, o suor sofrido e causticante ardendo na pele preta, o fogo impiedoso das fogueiras da inquisição, a lâmina cortante e afiada das guilhotinas. O Umbandista de fato, sabe que seus ancestrais e antepassados morreram para garantir a liberdade aos seus  descendentes. Trazidos à força e amontoados nos navios negreiros, chegam ao Brasil e são obrigados a se batizarem do lado de fora das Igrejas, porque de acordo com as interpretações bíblicas, o preto era um ser sem alma, amaldiçoado...

            Quando um Umbandista respeita outras manifestações religiosas, não quer dizer que ele tenha que se subjugar. Os Santos da Umbanda também têm suas histórias, sua cultura, suas bênçãos e seus poderes.

            Seu Orixá está vivo e pulsante em você. Não deixe que o matem!

                                                                                                   (Luiz de Miranda-Pai no Santo)

  • facebook-square
  • Twitter Square
  • Google Square
bottom of page