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Foto do escritorLuiz de Miranda

SIMPATIAS E ENCANTAMENTOS NO AXÉ DAS IBEJADAS.


Mesa de oferendas às Ibejadas, na Umbanda.


Para acalmar uma criança:

Compre dois maracujás e em um deles abra um buraco e coloque o nome da criança escrito sete vezes num pedaço de papel branco. Acrescente 7 folhas de hortelã miúdo. Tampe o maracujá embebido em água e açúcar. Deixe embaixo da cama ou berço da criança e ofereça ao Anjo da Guarda da criança. Com o outro maracujá, faça o seguinte: corte-o em cruz e deixe dentro de uma vasilha de louça ou vidro (nunca de plástico) da noite para o dia. No dia seguinte, coe e acrescente uma colher de mel puro. Dê uma colher de sopa desse preparo, 3 vezes ao dia para a criança beber. O maracujá que está debaixo da cama, enterre-o num vaso de flor. Caso não tenha planta em casa, compre uma jarra, coloque o maracujá dentro e cubra com areia lavada e barro vermelho. Enfeite com flores artificiais. Ofereça ao Anjo da Guarda da criança.

ATENÇÃO: Se a criança tiver menos de um ano de idade, coloque pouco açúcar na água do maracujá. NÃO USE MEL!


Para criança parar de gaguejar:

Escreva o nome da criança 3 vezes num pedaço de papel branco (sem linhas).Embaixo do ultimo nome, escreva o seguinte: “Gagueira, que traz tristeza, te jogo no fundo do mar, para que vá na correnteza e nunca mais venha a fulano (diga o nome da criança) incomodar”. Jogue este papel no mar ou num rio, repetindo a frase três vezes.


Para criança ter apetite:

Pegue o prato da criança, lave-o em noite de lua cheia, com água e açúcar cristal. Enquanto lava, mentalize a criança feliz, se alimentando . Coloque-o no sereno (sem enxugar) com um pouco de água. Cubra o prato com um paninho ou guardanapo, a fim de evitar cair insetos. No dia seguinte, dê essa água para a criança beber. Faça isso, por 7 vezes, sempre no 3º dia da lua cheia.


Para curar bronquite e asma:

Atenção: Este encantamento serve também para adultos. No caso de crianças, só deve ser feita acima de 2 anos de idade.

Compre um coco seco. Retire toda água. Encha-o com mel puro (se for alérgica a mel, faça uma calda com açúcar cristal ou mascavo). Tampe bem esse coco e enterre-o por 9 dias. Passado este período, desenterrá-lo. Colocá-lo na geladeira, e dar uma colher de sobremesa (crianças), ou uma colher de sopa (adultos), meia hora antes do almoço e meia hora antes do jantar. Quando acabar o preparo, despachar esse coco em água corrente.


Outra:

Cortar um nabo em rodelas. Colocá-lo em uma vasilha de vidro ou louça. Cobrir com açúcar cristal. Deixar da noite para o dia. No dia seguinte, passar para uma panela (não de alumínio). Cozinhar em fogo brando até que fique na coloração do mel. Apague o fogo e soque as rodelas de nabo que ficaram inteiras. Coe e passe para um vidro escuro. Deixe na geladeira e tome 3 colheres por dia (sobremesa, para crianças. Sopa, para adultos).



Para acalmar as cólicas no bebê:

Esfregue suavemente a barriguinha da criança com sumo de folhas de manjerona. O bagaço das folhas, embrulhar em um pedaço de papel branco e despachar em água corrente.


Para criança ter sempre saúde:

Durante sete sextas-feiras, coloque uma vasilha de louça, vidro, cerâmica ou barro, com água sem cloro, para pegar os primeiros raios de sol (por volta das 6 horas). Deixe lá por uma a duas horas. Depois cubra essa vasilha com pano amarelo. Depois de dar o banho de higiene na criança, despeje aos poucos essa água em seu corpinho, da cabeça aos pés, mentalizando sua criança feliz e saudável. Acenda uma vela amarela e reze um pai nosso, oferecendo para o seu Anjo da Guarda. Vista sempre essa criança, com uma peça de roupa amarela. No pano que você usou para cobrir a água, escreva o nome da criança 7 vezes, e enterre num vaso de planta que floresça. Cuide sempre dessa planta.

Esse encantamento também livra a criança do medo e de pesadelos.

ATENÇÃO: Não enterrar em vaso com comigo ninguém pode, pimenteira, ou plantas com espinho e/ou tóxica.

Para criança gostar de estudar:

Numa sexta-feira a noite, pegue a fronha que a criança usou durante a semana e coloque seus cadernos e livros. Na segunda-feira, devolva os livros para a criança e depois de lavar a fronha, enxágüe com folhas de pitanga e capim limão. Repita esse encantamento seis vezes.


Para tirar pirraça e manha da criança:

Antes da criança dormir, lave seus pezinhos com chá de poejo e alecrim. Depois, despache esse banho em uma grama ou terrinha. Mantenha embaixo da cama ou berço da criança, um molho de alecrim, amarrado com uma fita verde, com o nome da criança. Quando secar esse molho, despache em água corrente e coloque um novo molho com uma nova fita. É preciso trocar o mólho, dez vezes.


ORAÇÃO A IBEJI

Minhas Crianças, meus Erês, Ibejis ê vunge mana me! Senhores do Cosmos que me dão a mão, Cosme e Damião. Senhores do chão e Senhores dos risos e da alegria, da fartura, da água e dos potes, dos vasos repletos de bênçãos, eu lhes agradeço por minha estrada, por minha vida e oportunidades, a certeza da continuidade e da prosperidade, da vida que escavo da terra e recebo a pureza da sabedoria. Meus Erês e Ibejis, eu lhes saúdo e lhes agradeço. Pois, toda minha alegria nasce de suas bênçãos.

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SUA FÉ É RESPEITADA?

          No ano de 1990, meses antes de perder sua irmã de 29 anos de idade para um adenocarcinoma no mediastino, o Pai no Santo passa por uma experiência extremamente desagradável e revoltante, que bem retrata o racismo religioso no Brasil. Isso aconteceu no Iaserj, um hospital para os servidores do Estado do Rio de Janeiro. Era por volta das dezesseis horas. Enquanto acompanhante da irmã, ele decide ir tomar café num bar próximo ao hospital e retorna vinte minutos depois. Tempo que foi suficiente para um pastor entrar no quarto e oferecer uma oração. Voltando então do seu café, ele encontra a irmã que já vinha extremamente debilitada por conta da doença, agora, com semblante ainda mais triste e constrangido. Ele então procura levar palavras de consolo e ânimo, ao que ela responde: “_ Meu irmão, por favor, não quero que esse tipo de religioso venha fazer oração pra mim.” Ele de imediato, pergunta:  “_ O que houve?” Ela então relata o ocorrido: “_ Quando você saiu para tomar seu café, um homem de terno se apresentou como pastor da igreja universal e me perguntou se podia fazer uma oração pra mim, Como ele parecia ser uma boa pessoa e foi muito educado, eu disse que sim. Ele fez a oração, pediu pela minha saúde, e em seguida me perguntou se eu aceitava Jesus Cristo como salvador, e eu respondi que sim. Ele então disse que a partir daquele momento eu estava curada. Só que ele então perguntou qual era minha religião, o que eu respondi, que era espírita. Então ele me disse que eu teria que renegar minha religião. Eu disse que não, jamais iria renegar minha fé. Daí ele falou que infelizmente o câncer voltaria e me levaria pros braços da morte. Eu disse a ele que preferia morrer, a ter que conviver com cristãos como ele. Não quero irmão, não quero esse tipo de gente fazendo oração pra mim.”

            Em outra ocasião, anos depois, o racismo e a intolerância religiosa voltam a atacar o Pai no Santo. Dessa vez, no Hospital Regional Darci Vargas, em Rio Bonito. Indo visitar um Filho de Santo na Unidade Intensiva, o Pai no Santo se depara com uma senhora que estava ao lado do leito de seu filho perguntando se podia fazer uma oração. Como o doente estava sob efeito de fortes medicamentos, não tinha condições de responder; o que fez com que a mulher iniciasse a sua oração. Em voz alta e de tom feroz, ela dizia: “ _ Em nome do Senhor Jesus eu expulso os demônios de Pombagira, Exu, Ogum e todos os demônios dos tambores, das encruzilhadas... .” quando então foi interrompida pelo Pai de Santo; gerando na mulher um comportamento agressivo e ameaçador. Dizia ela, agora em tom mais elevado de voz: “_ Você não pode querer calar a voz de uma ministra de Deus. Seus demônios serão jogados por terra... .” quando então o Pai no Santo pediu ao funcionário responsável pela vigilância da Unidade, que retirasse a mulher do ambiente. No que foi prontamente atendido.

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            O Umbandista de fato, sabe o poder de seus Santos, o sangue que derramaram, o suor sofrido e causticante ardendo na pele preta, o fogo impiedoso das fogueiras da inquisição, a lâmina cortante e afiada das guilhotinas. O Umbandista de fato, sabe que seus ancestrais e antepassados morreram para garantir a liberdade aos seus  descendentes. Trazidos à força e amontoados nos navios negreiros, chegam ao Brasil e são obrigados a se batizarem do lado de fora das Igrejas, porque de acordo com as interpretações bíblicas, o preto era um ser sem alma, amaldiçoado...

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            Seu Orixá está vivo e pulsante em você. Não deixe que o matem!

                                                                                                   (Luiz de Miranda-Pai no Santo)

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