O nome Ibeji significa nascer em dois: Ib= nascer. Eji= dois.
Na Umbanda Ibeji é conhecido como Orixá-Criança, duas divindades gêmeas que representam o princípio da dualidade. Protetoras das crianças desde o nascimento até a adolescência. Abençoam os partos, os lares, trazendo saúde e prosperidade. Agradar a Ibeji é a certeza de uma vida plena na felicidade, pois mesmo diante das piores dificuldades, são essas divindades que nos ensinam o exercício da esperança e da fé. Estão relacionados a tudo que brota, que se inicia: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas ... Sabe-se na Umbanda a grande importância de Ibeji em seus rituais, que ocorrem sempre no dia 27 de setembro, onde os médiuns dão incorporação às ‘Crianças’: Neste dia, é farta a distribuição de doces, brinquedos e todo tipo de guloseimas. São as ‘Crianças de Umbanda’ que asseguram aos seus médiuns e aos Terreiros, as bênçãos de Ibeji. É sempre importante lembrar que este Orixá não incorpora nos Terreiros de Umbanda.
A Ibeji não se engana nunca, sob pena de quem o fizer, perder o gosto pela vida, não vendo nenhuma motivação para a alegria e o prazer. Ao lidarmos com Ibeji não podemos esquecer de que estamos em contato com uma energia infantil, a qual não devemos nada prometer se não pudermos cumprir. Ibeji ajuda sempre aos que lhes são simpáticos a troco de nada, no entanto, se prometermos teremos que cumprir. Nota-se a influência de Ibeji no comportamento das pessoas, quando nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram.
A palavra Erê vem do yorubá, ire, que significa ‘brincadeira, divertimento’. Nos cultos de iniciação do Candomblé, o Erê é de suma importância para os rituais, pois é ele que trará as mensagens do Orixá do iniciado. De acordo com alguns estudiosos, o Erê é definido como o intermediário entre a pessoa e o seu Orixá, é o aflorar da criança que cada um guarda dentro de si; reside no ponto exato entre a consciência da pessoa e a inconsciência do Orixá. É por meio do erê que o Orixá expressa a sua vontade e que o noviço aprende as coisas fundamentais do Candomblé, como as danças e os ritos específicos. Na verdade, é o Erê quem apresenta o ‘filho’ ao seu respectivo Orixá e vice-versa; tanto que no estado de ‘erê’ o iniciado é mais influenciado por certos aspectos de sua própria personalidade, do que pelo caráter rígido e convencional atribuído ao seu Orixá.
As Crianças, também chamadas em alguns Terreiros de Umbanda por Ibejada e Dois-Dois, são Entidades que representam ao Orixá Ibeji. Por terem tido vida material, e, algumas desencarnadas ainda em tenra idade, encontram na Umbanda o degrau para sua evolução. Nada tem a ver com os Erês do Candomblé, a não ser o gosto pelas brincadeiras e a missão de espalhar alegria e esperança. São muito respeitadas no meio Umbandista, tanto pelos seus seguidores como pelos Caboclos e Preto-Velhos. Pois se sabe de que uma ‘mandinga’ feita por Criança, nenhuma outra Entidade desfaz; enquanto Ela tem o poder de desfazer qualquer ‘mandinga’. Agradar e respeitar as Crianças, é obrigação de todo Umbandista, caso contrário, poderá trazer para sua vida quizilas e mazelas que só elas têm o poder de desfazer.
Estão agrupadas em falanges, de onde a tudo vigiam e de tudo dão conta. Ficam muito felizes quando seus seguidores buscam agradar as crianças e aos idosos encarnados.
Suas cores são azul e o rosa. Mas na verdade, adoram todas as cores.
Seu dia festivo é 27 de setembro.
Seu dia na semana é o domingo, dia de lazer e descontração.
Brinquedos, doces e balas não podem faltar em suas oferendas.
Muitos Terreiros de Umbanda tratam as Ibejadas como erês, isso se dá pela forte influência da teologia iorubá, nessas Casas.
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