Para os Umbandistas, tudo que existe na Terra e no universo, tem um princípio inteligente, uma causa primária: Deus!
Com esse entendimento, buscam em cada reino (mineral, vegetal e animal), um encontro com o Criador, que acontece quando cantam e louvam as forças regentes desses reinos.
Da mesma forma, quando cultuam as suas Entidades como Caboclos, Boiadeiros, Crianças, Baianos, Pretos Velhos, Quilombolas, Exus e Pombagiras; entendem que em cada um deles, por suas histórias, exemplos de vida, lutas, dedicação, determinação e coragem; sentem-se abraçados por vibrações de energia entusiasta e encorajadora, que tem como finalidade o exercício do autoconhecimento em cada um deles. Com o tempo, vão fazendo parte de uma nova realidade, onde, ser quem se é, requer disciplina, discernimento, altruísmo, competência e acima de tudo humildade. Sim, a Umbanda é acima de tudo humildade. Só através desse sentimento podem trilhar os caminhos da redenção e do crescimento espiritual. Afinal, só cresce espiritualmente quem quer aprender sobre si mesmo e sobre os outros: suas queixas, medos, traumas, frustrações e culpas. A Umbanda liberta seus filhos de tudo aquilo que impede sua ascensão. Nesse processo de adoração aos Orixás, entendem serem Eles (Orixás), partículas de Deus, manifestação do seu amor e poder. Buscam em cada Orixá uma resposta, um aprendizado. Assim sendo, quando Deus criou o mar, criou Iemanjá, e através dela manifesta seu amor de mãe protetora e acolhedora. Quando criou as cachoeiras e rios, criou Oxum e assim, manifesta o poder da Mãe doce e compreensiva e nos fala do amor em toda sua extensão. Quando criou os pântanos, criou Nanã e assim, manifesta o poder da Mãe velha e sábia, a avó conselheira e austera. Quando criou os ventos, criou Iansã, manifestando o poder da Mãe impetuosa, guerreira e corajosa. E assim, Deus se faz Mulher e Mãe na manifestação das Orixás femininas.
Quando Deus criou a terra, criou Omolu, manifestando o poder do Pai laborioso e austero. Quando criou as pedras e os raios, criou Xangô, manifestando seu poder patriarcal, o senso de justiça e equidade. Quando criou o ferro, criou Ogum, o Pai guerreiro e destemido, manifestando seu poder de abrir caminhos e proteção contra todo mal. Quando criou as matas, criou Oxosse, manifestando o poder do Pai provedor da fartura, da inspiração e do conhecimento. Quando criou as sementes, as árvores e raízes, criou Ossãe, manifestando o poder do Pai equilibrado e responsável. Mas, é sabido que antes de todos, Deus criou Exu, o primeiro, o Pai contraditório e provocador das mais íntimas emoções. E assim, Deus se faz homem e Pai na manifestação dos Orixás masculinos.
Quem é de Umbanda, sabe: Deus cria e a Umbanda adora.
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