Só existe uma forma de vencer o preconceito: o conhecimento. E é disso que precisamos, para valorizar aos negros e sua cultura, conhecendo melhor sobre os afrodescendentes, que até hoje são associados ao estigma da escravidão. A existência dessas pessoas em nosso país, nos fizeram crer e ver, que a cor da pele e todo jugo que sofreram, não os condenaram a inferioridade intelectual. São muitos os nomes que entraram para nossa história e em muito contribuíram para o enriquecimento da nossa cultura:
Carlos Gomes – foi o primeiro músico brasileiro a ter suas obras apresentadas na Europa, no Teatro Alla scala. Patrono da cadeira número 15 da Academia Brasileira de Música. Dentre tantas obras, destaco aqui, O Guarani.
Nasceu em 1836 .Neto de uma escrava forra.
André Rebouças – militante fervoroso do movimento abolicionista no Brasil. Nasceu em 1838, filho de importante família de políticos baianos negros. Foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira contra a Escravidão.
Geólogo, matemático, biólogo, astrônomo, higienista, filantropo e engenheiro. O nome de sua família está eternizado em viadutos, túneis e avenidas nas mais importantes cidades do país.
Cruz e Souza – Dante Negro do Brasil, grande personagem na luta contra a escravidão. Filho de pais forros, nasceu no ano de 1861. Poeta e Jornalista. Grande orador e poeta, usou de seu talento para denunciar o escravismo e a hipocrisia brasileira frente a escravidão. Dentre suas obras, destacam-se os livros Missal e Broquéis. Foi funcionário da Central de Ferro do Brasil.
Francisco José do Nascimento – recebeu o apelido de O Dragão do Mar, graças a sua luta contra o tráfico de escravos realizada por escravocratas do Ceará, que vendiam os escravos para fazendeiros da região sudeste. Presidente da Sociedade Cearense Libertadora. Exímio conhecedor do mar, por conta de ser filho de um pescador, tornou-se líder jangadeiro e prático mor. Graças a sua luta, o Ceará foi o primeiro Estado brasileiro na abolição da escravidão. Nasceu em 1839.
Machado de Assis – Joaquim Maria Machado de Assis, nasceu no ano de 1839. Filho de um mulato pintor de paredes (Francisco José de Assis). Considerado o maior nome da literatura brasileira. Poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista, e crítico literário. Fundou e foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras.
Lima Barreto – filho de escravos, Afonso Henriques de Lima Barreto, tornou-se jornalista e um dos mais importantes escritores e militantes da causa do país. Dentre vasta obra literária, destacamos o livro Triste fim de Policarpo Quaresma. Nasceu no ano de 1881.
Juliano Moreira – Afrodescendente nascido em Salvador – BA, no ano de 1873. Considerado fundador da disciplina psiquiátrica no Brasil. Foi o primeiro professor universitário a citar e incorporar a teoria psicanalítica em suas aulas. Representou o Brasil em congressos internacionais de Paris, Berlim, Lisboa e Milão. Acabou com a clausura e humanizou o tratamento aos pacientes do Hospício Nacional dos Alienados do Rio de Janeiro, quando Presidente da Instituição. Contrariando o pensamento racista no meio acadêmico de sua época, que atribuía os transtornos psicológicos dos brasileiros à miscigenação, Moreira defendeu a ideia de que a origem das doenças mentais se devia a fatores físicos e situacionais, dando como exemplo a falta de higiene e de acesso à educação. Foi o criador do Manicômio Judiciário e seus esforços foram imprescindíveis na aquisição de um terreno para construção da Colônia Juliano Moreira.
Luiz Gama – filho de fidalgo português com uma africana. Luiz Gonzaga Pinto da Gama nasceu livre em Salvador, no ano de 1830. Aos 10 anos, foi vendido como escravo pelo pai para pagar uma dívida de jogo. Levado para o Rio de Janeiro, foi então vendido num lote de mais de cem escravos, com destino a Província de São Paulo. Como escravo doméstico, aprendeu os ofícios de copeiro, sapateiro, lavagem e passagem de roupas. Tornou-se amigo de Antonio Rodrigues de Araújo, que se hospedou na fazenda onde Luiz trabalhava, e o ensinou a ler e escrever. Tornou-se jornalista renomado e junto a Rui Barbosa, fundou o jornal Radical Paulistano em 1869. Foi líder da Mocidade abolicionista e Republicana, dando origem ao movimento abolicionista paulista. Foi responsável unânime pela libertação de mais de mil escravos.
Abdias do Nascimento – nasceu no ano de 1914, no estado de São Paulo. Aos 15 anos ingressou no exército e foi morar na capital São Paulo, fazendo parte, mais tarde, da Frente Negra Brasileira, se envolvendo na luta contra a segregação racial.
Dramaturgo, poeta e pintor, atuando também como deputado federal, senador e secretário de Estado. Autor das obras Sortilégio, Dramas para Negros e Prólogo para Brancos e o Negro Revoltado, nessas obras relatava as realidades quilombolas e levantava temas como o pensamento dos povos africanos, combate ao racismo, democracia racial e a importância dos Orixás nas religiões de matriz africana.
Ernesto Carneiro – Nasceu em Itaparica, Estado da Bahia, em 1839. Médico e literato brasileiro, o afrodescendente Ernesto Carneiro foi pioneiro na produção de uma gramática na língua portuguesa, expôs e defendeu a normatização de peculiaridades da língua oficialmente falada no país. Participou de uma comissão formada pelo Governador Manuel Vitorino, para a elaboração de um plano de ação educacional.
Zumbi dos Palmares – nascido em Palmares, Alagoas, no ano de 1655. Embora ter nascido livre, foi capturado e entregue a um padre português , aos seis anos de idade. Aprendeu português e latim e foi batizado com o nome de Francisco. Aos 15 anos, fugiu. Símbolo da resistência e da luta contra a escravidão.
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